Relato de experiência publicado no livro:
IV Troca de Experiências Bem-Sucedidas em Educação Infantil 2006
Prefeitura do Rio de Janeiro
Quem sou eu?
“Educar é acreditar que a mudança é possível.”
Paulo Freire (1999)
IV Troca de Experiências Bem-Sucedidas em Educação Infantil 2006
Prefeitura do Rio de Janeiro
Quem sou eu?
“Educar é acreditar que a mudança é possível.”
Paulo Freire (1999)
Na foto, crianças do berçário I e as educadoras responsáveis pelo projeto: Ana Lúcia, Rosângela Reis, Michele Cristina e Márcia Aragão.
O ano letivo de 2006 começou e demos
início ao período de acolhimento e trocas entre família, criança, educador e
instituição. Nós, educadoras do Berçário
I, sabíamos que tínhamos muito a aprender com essa situação nova, pois na
maioria dos casos, era a primeira vez
que os bebês frequentavam um ambiente diferente do meio familiar. Isso valia
tanto para as famílias quanto para a própria creche que, juntas, compartilhavam
a responsabilidade de cuidar da criança pequena e educá-la.
Podemos dizer que esse primeiro contato
desencadeou, no nosso grupo, inúmeros desafios, conflitos, descobertas e
superações. Dia a dia, nos conhecíamos um pouco mais e sentíamos que muitos
responsáveis ainda viam a creche como um lugar onde podiam “depositar” o seu
filho e “sacá-lo” ao final da tarde, parafraseando uma ideia bancária, sem que
desejassem participar da proposta resal da creche. Outros não entendiam ou não atendiam as
nossas solicitações e dúvidas em relação às crianças. Com outros, tínhamos
dificuldade em nos aproximar. Mas decidimos aceitar esse desafio!
A situação era difícil e desgastante. Era
necessário acolher as famílias e as crianças e transformar a rotina da creche
em agradáveis momentos, proporcionando alegria e prazer aos nossos pequenos,
aproveitando suas experiências e o desenvolvimento de cada um.
Passamos a observar as características
particulares de cada criança, percebendo o que distinguia uma das outras. Em
sala, a educadora Márcia Aragão, passou
a anotar essas particularidades e a transcrever, em versos, o que observava.
Pensamos que isso pudesse auxiliar no estreitamento de laços entre o trabalho
proposto pelos profissionais da creche e as famílias recém-chegadas à
instituição. Resolvemos montar um painel, utilizando esses versos, o nome e a
marca da mãozinha de cada criança (feita com tinta comestível). Expomos no
mural próximo à entrada da creche e o intitulamos “Quem sou eu?”, com o
objetivo de chamar a atenção dos responsáveis e convidá-los a participar da
rotina da creche.
Para
nossa alegria, as famílias interagiam com o mural, tentavam descobrir qual
criança correspondia àqueles versos, aprovaram a escrita dedicada a seus filhos
e se mostraram muito orgulhosas e valorizadas. Ler cada verso se tornou uma
agradável brincadeira para os responsáveis e também para os funcionários da
creche. Todos tinham a oportunidade de concordar, discordar ou sugerir novos
versos, a partir das descobertas que faziam a respeito de cada criança.
Vínculos foram se ampliando, possibilitando proveitosas conversas e descobertas
com os responsáveis.
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